EDITORIAL

Editorial

            Que este jornal incomoda, não tínhamos dúvidas. O que nos chama atenção e também nos alerta é que ele está incomodando ao ponto de até tentarem difamá-lo.

            Desde a administração passada (Inácio), sempre fomos, como gostamos de repetir, o contraponto da notícia oficial. Ou seja, aquilo que os jornais da situação publicam, nós questionamos, como também levantamos o debate sobre questões que entendemos importantes para a nossa cidade, como a Santa Casa, meio ambiente, turismo, educação etc.

Ser contraponto das notícias veiculadas pelos jornais da Prefeitura e Câmara é despertar o senso crítico no leitor - obrigação e prazer de qualquer jornal independente, isto é, que sai às  ruas sem precisar passar antes pelo gabinete do prefeito. E se somos o contraponto da notícia oficial, não queremos ser, por outro lado, os donos da verdade. Temos sim a nossa opinião e queremos defendê-la e debatê-la, afinal a manifestação do pensamento já é livre há algumas décadas. Para defendê-la com transparência e independência nunca esquecemos também de abrir espaço para que as nossas autoridades respondam. Já perdemos as contas de quantas linhas oferecemos ao prefeito, vice-prefeito, entre outros, para responderem o que publicamos. Foi assim, por exemplo, com a notícia do provável osso humano encontrado nos entulhos de cemitérios lá na usina de compostagem (Posto). Neste local encontram-se, como sabemos, as principais nascentes que abastecem o nosso município. Para esta notícia, oferecemos linhas para o Secretário de Saúde, que é também o Vice-prefeito, e a resposta foi o silêncio.

            O que explicaria tanto silêncio por parte de muitos dos nossos representantes? Seja o que for, o melhor caminho que os nossos eleitos e indicados pelos eleitos devem tomar é o caminho do diálogo, do enfrentamento das ideias e propostas. Sugerimos, humildemente, que nossas autoridades tentem se espelhar um pouco na imagem do nosso Presidente que nem curso superior tem, como os seus adversários gostavam, hoje não mais, de falar, mas que tem por outro lado uma insistência em conversar e realizar que já lhe deu doutorado em relações públicas e reconhecimento internacional. Sabemos que é difícil, afinal não temos um Lula em cada Estado, como também não temos, em futebol, um Pelé em cada time, mas nem por isso devemos nos conformar com políticos do tipo Serra e jogadores do tipo Felipe Mello (fiasco da copa e algoz do Brasil). Podemos ser mais, podemos ser melhores e o caminho está no diálogo, nas obras, e nunca no silêncio ou na canelada.

Bom estar falando e sugerindo isso agora, pois ainda há tempo para que esta Administração exercite a democracia, o entendimento, a busca de soluções reais para o município. Responder aos jornais é responder à população, será que é tão difícil ver isso. Responder aos questionamentos é mais interessante e produtivo que usar linhas e falas para tentar difamar o Jornal e o site de Rio Preto.

            O site de Rio Preto nunca teve nenhuma parceria com esta ou a administração passada, ao contrário de certas falas desinformadas ou rasteiras. Foi uma pena não termos tido esta parceria, pois, com ela, poderíamos estar com a nossa cidade anunciada em grandes circuitos turísticos, como sites que divulgam o turismo pelo Brasil. Seria dinheiro certo para o comércio de nossa cidade. Dinheiro sem depredação ambiental, com  pousadas, bares, restaurantes, feira na praça sempre cheios e muitos empregos sendo gerados direta e indiretamente. Repetimos, fazer parceria com órgão público não é vergonha se a parceria é honesta, se é feita para o desenvolvimento do lugar e dentro da legalidade. Será que os nossos eleitos não sabem disso. Ou sabem, mas não estão acostumados a agir dentro da legalidade? Talvez ainda vamos ter um político que deixe o interresse pessoal de lado e pense primeiro na cidade. Um político que aceita o fato de o proprietário do site que divulga Rio Preto ser também o proprietário do jornal que questiona a atual Administração. 

            Mais que curso superior, estamos vendo que falta aos administradores é grandeza  política, desprendimento e vontade de acertar.

            Então é isso aí, caro leitor, o site e o jornal seguem firmes. Ambos independentes e com seus propósitos. O site é para divulgar a nossa cidade lá fora, além de abrir uma janela para as saudades dos que estão longe; o jornal, por sua vez, é para divulgar o nosso meio ambiente, a nossa crônica, os clássicos da literatura e, em matéria de política, o Argumento está aí para qualificar o nosso voto, que quer dizer senso crítico apurado para podermos diferenciar, como sabemos de sobra no futebol, um político de um politiqueiro ou, se preferirem, caneleiro.