Este editorial foi feito um dia antes das eleições. Movido
por expectativas, afinal no domingo votaríamos, bem como tomaríamos
conhecimento dos resultados. Assim, as horas precisam passar...
Arriscamos nele a vitória do Agostinho, como era de nosso
gosto.
A vitória de Agostinho foi uma vitória trabalhada durante
quatro anos com o jornal O Grito e os informativos do PMDB. Com o Grito, a
cidade aprendeu a falar de política durante quatro anos, foi, certamente, mais
cidadã.
Adicionamos a essas duas articulações partidárias, o nosso
Argumento. Estamos no oitavo ano de contraponto da notícia oficial (Para
quem não se lembra, começamos com o governo Inácio - 2004/2008).
Esta vitória do Agostinho nos satisfaz, pois tiramos da
administração de nossa cidade um partido (PSDB) que só votou contra os
programas sociais do governo Lula e não está fazendo diferente com a Dilma.
Tirando a questão nacional, nada fez por Rio Preto também. Novamente, frisamos
que foi lamentável o PT daqui ficar quase quatro anos ao lado do PSDB, uma
incoerência cuja causa concentrou-se em interesses menores.
Pois bem, se esta vitória satisfaz ao Argumento, ficam as
perguntas: será que o Argumento vai continuar com a defesa dos cofres públicos,
meio ambiente, saúde, educação? Será que vai continuar combatendo aqueles que
têm condições financeiras de contratar uma máquina particular, mas não pensam
duas vezes na hora de pegar uma máquina pública para as suas obras particulares
(represas, loteamento para venda, transporte de árvores, terraplanagem)? São
perguntas mais que oportunas, afinal o seu editor votou no Agostinho, não é? É
verdade, não escondemos o nosso voto, somos sim políticos e partidários, mas
somos principalmente independentes. Então os nossos respeitados leitores podem
ficar tranquilos, pois ficaremos em primeiro lugar do lado dos interesses da
cidade. O silêncio não nos convém e muito menos o pacto com o poder para levar
vantagens com máquinas públicas, viagens com carros públicos, entre outras.
Estamos atrás sim é de uma prefeitura que trabalhe pelo município e não para os
eleitos.
Voltando à vitória do Agostinho, entendemos que foi também
uma vitória da Dilma em Rio Preto, já que é o PMDB de Agostinho que votou com o
Lula e vota com a Dilma, lá em Brasília. É uma vitória da Dilma e do seu vice
que é do PMDB, o Michel Temer. A vitória do Agostinho, repetindo, é o resultado
de uma oposição organizada e comunicativa contra o silêncio desta, felizmente,
finda administração. Um silêncio que agora pode ser analisado até como
coerente, pois fica difícil falar sobre o que não foi feito e o muito que se
prometeu. Um silêncio dado aos riopretanos, primeiramente.
E mesmo dentro deste silêncio administrativo, não deixamos a
cidade dormir. Fizemos o nosso papel de jornal independente. Questionamos as
filas para consulta, o descaso com a Santa Casa, o abandono dos bairros, o
matadouro fechado, as pontes que só foram feitas para as eleições e muito mais.
Lembrando que, em muitas ocasiões, oferecemos espaço para o prefeito e seu vice
responderem, mas eles se calaram para o nosso jornal e para a cidade,
principalmente. Que bom que as urnas
silenciaram para as candidaturas vindas da prefeitura. Que bom que o eleitor
está cada vez mais consciente para não ser enganado com montagens fotográficas.
Vai, Agostinho, abra as portas da prefeitura para a nossa
cidade, gere muitos empregos para aqueles que precisam, cuide de nossa saúde,
educação e meio ambiente. Não decepcione os riopretanos, sobretudo, os de baixa
renda. Não se esqueça que o povo riopretano te elegeu porque em Rio Preto é
você que tem a cara do Lula. Governe então com prioridade para os necessitados.
E para os pessimistas de plantão, deixamos uma frase do
escritor Oscar Wilde: “O pessimista é uma pessoa que, podendo escolher entre
dois males, prefere ambos.