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12/27/2013

NOSSAS CRÔNICAS

NOSSAS CRÔNICAS
Três crônicas: Tragédia do Cavaco, Animais de Estimação e Língua Portuguesa.
Tragédia do Cavaco
Por, João Marcos Honório Carneiro.
Amigos moradores do Cavaco e demais moradores de nosso município e região. É doloroso lembrar o trágico acontecimento de 31 anos atrás. Quando um casal de velhinhos morreu soterrado sob as terras umidecidas da encosta do terreno vizinho ao bairro. Era verão e chovia muito. Dona Glorinha acabara de chegar do trabalho e minutos antes passava no local. Salvador Miguel dos Santos foi o primeiro a socorrer as vítimas. Talvez isso o tenha feito participar da tão útil brigada anti-incêncio de Rio Preto.  
Bem sabemos: água de morro abaixo e fogo de morro acima ninguém segura. Também não segura a verdade quando ela deve aflorar.
Naquela tarde de agosto, há dois anos atrás, acompanhei com angústia os incêndios que se proliferavam em nossa cidade. Fui até a lan house – pois não possuía computador próprio e fiquei aquela tarde de domingo inteira procurando um remédio para toda aquela situação. Foi então que achei um tipo de capim muito utilizado no oriente para segurar as encharcadas encostas plantadas de arroz.
O verão já iria chegar com suas chuvas frequentes e abundantes. O pesadelo daquelas lembranças de infância veio à minha memória. Tentei em vão recorrer às autoridades. Tentei fazer uma reunião com os moradores do Cavaco. Escutei às bocas pequenas: Ele é um chato! Se ser exigente é ser chato, eu assumo: sou chato. E vou chatear mais uma vez todos vocês convocando uma reunião para ver se nós conseguimos junto às autoridades fazer que a Secretaria Municipal do Meio Ambiente consiga dialogar com os proprietários daquelas áreas. Coisa que me foi negada naquela época. 
Animais de Estimação
Por, Célia Vaz. 
                O nome já diz tudo: de se estimar. Não para trabalhar ou dele se alimentar, esses animais são adotados cada vez mais nos dias de hoje e estão sendo tratados como se fossem pessoas da família. Parecem cumprir a missão de suprirem carências afetivas. Sejamos sinceros: os laços sociais entre as pessoas vão se diluindo, rompem-se acordos por qualquer coisinha; em contrapartida,fica-se mais tempo em casa (foge-se da violência, da exposição, da lei seca, e tc.). Some-se a isso Internet e churrasqueiras modernas (falaremos sobre churrasco mais adiante) e mais o apelo ecológico e temos o “ecossistema” perfeito para a proliferação desses animaizinhos,que segundo cientistas1, é um dos fatores, devido a seu grande número, que contribuem para emissão de carbono no planeta. Sugere-se até a proibição total das mascotes em todo o mundo como forma de diminuir o aquecimento global. Você acredita que as pessoas abririam mão de suas “petizinhas” particulares  em  prol de um bem comum? Mas deixa isso pra lá!
        A história dos homens com os animais domésticos começa a muito tempo atrás,mais ou menos oito mil anos antes de Cristo. Era o início da revolução agrícola, mudando os hábitos do homem que se tornava sedentário e começava a formar as primeiras aldeias. Em casa estocavam grãos,que atraíam roedores, que atraíam gatos selvagens2, e em volta delas ia surgindo “o lixo”, que atraía,por exemplo,lobos, que por sua vez ajudavam a manter distantes predadores mais perigosos...
        Eis a origem dos gatinhos e cachorrinhos que toda criança adora, aliás, foram elas  quem provavelmente começaram a trazer filhotinhos para casa e convenceram os chefes da família mesolítica3 a aceitarem os pequeninos. E essa parceria funciona desde então, em simbiose perfeita,graças,em grande parte, à inferioridade dos animais em relação ao homem e à consequente submissão a seus donos.
         Mas nosso DNA ainda é o mesmo, e sentimos muitas saudades de nossa vida selvagem,de nossas fogueiras (falaremos sobre elas também); e olhar no fundo dos olhos de um animal,um unstante que seja,nos remete a esses tempos antigos de vida ao ar livre,sem lâmpadas,TV,sem contas a pagar... E é esse olhar que nos torna selvagens novamente,e,ao mesmo tempo,alimenta nossos instintos,sempre insaciáveis,de cuidado à prole... E como o homem precisa expressar seus afetos,se não for com os sua espécie,que seja com outras... A psiquiatra Nise da Silveira4 usava cães e gatos em sua lida com os pacientes e os chamava “co-terapeutas”!
        E conjuntamente com a agricultura veio o pastoreio,com o homem domesticando os animais para fins de alimentação e trabalho (tração). A bicharada não tinha moleza não! como não tem ainda hoje,vide o caso da invasão do Instituto Royal por manifestantes que literalmente,soltaram os cachorros! Mas será que depois foram comemorar com um churrasquinho*? Então,assim como na vida,alguns animais merecem mais consideração que outros? Cachorro vale mais que porco? Frango,boi? Mas deixa isso pra lá!
        De qualquer forma,não há mesmo maneira dessa amizade acabar,pelo contrário,ela só se fortalece. E nem falamos de mercado ainda! Biscoitinhos e roupinhas,caminhas e bolinhas! Mas deixa isso pra lá!
1 James Lovelock,procura na Internet.2 Foi do gato selvagem africano ( Felix Lybica) que derivou o atual gato doméstico. Assim como nós,da África para o mundo!3 Mesolítico,período que começa entre 10.000 e 8.500 a.C. e termina cerca de 5.000 a.C.4 Nise da Silveira,procura!* Finalmente,o hábito do churrasquinho também é outra coisa que o homo sapiens não largará jamais. É a reminiscência daqueles dias de caçadas fartas,a tribo reunida, homens, mulheres e crianças em volta da fogueira que iluminava e cozinhava, e que aquecia a noite límpida,de miríades de estrelas.
Célia Vaz é artesã, poetisa de papel e muito amiga de sua gata nas horas vagas.   
CURIOSIDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA
Por, Virgínia Almeida Ferreira. 
                Tive a felicidade de estudar na E.E.Dermeval Moura de Almeida onde um professor marcaria minha vida para sempre e me ensinou a venerar a língua portuesa – Prof. Vitorino. Também tive meu pai grande incentivador da leitura, além de nos contar histórias, colocava variedade de livros em nossas mãos, nos fazendo amá-los. De tudo isto ficou o gosto pela literatura e a facilidade em expressar pensamentos no papel. Como diz Saramago : “Quem de palavras tem experiência, sabe que delas deve esperar tudo”. A história das palavras é a história do homem. Elas nascem e atravessam idiomas, mudando quase sempre de formas para se adaptarem à fala de um povo – e muitas vezes no conteúdo – revelando o olhar e o pensar dos novos usuários. A surpresa pode estar na origem de uma palavra (um azulejo não é obrigado a ser azul), (é possível quebrar um galho sem nenhuma árvore por perto). Expressões e falas da língua portuguesa às vezes nos divertem sem nem mesmo sabermos como surgiram e por que são hoje usadas da forma que a utilizamos. Assim expressões surgiram e são utilizadas por nós no cotidiano como: Por que uma pessoa é cheia de nove horas? – De onde veio o puxa-saco? – Por que os dias da semana têm feira? – Onde Judas perdeu as botas? – De que cor é a cor de burro quando foge? – Por que mandar alguém plantar batatas? – Quando é que se volta à vaca fria? – Por que julho e agosto ficaram juntos com 31 dias? – Por que o doce brigadeiro ficou com este nome? – Casa da mãe Joana?- Santo do pau oco?.........Assim muitas expressões que usamos hoje têm sua origem e significado,vou apenas dar uma palhinha para vocês leitores sobre algumas destas expressões: - Onde Judas perdeu as botas ( é claro que Judas nunca usou botas, pois estas não existiam  no seu tempo mas, nas pintura ele sempre as usava pois foi condenado a vagar para sempre por lugares muito distante, onde provavelmente perdeu as botas nos confins do mundo) – Casa da mãe Joana ( lugar onde todo mundo manda e faz o que bem entende. Origem nos bordéis franceses onde Joana uma famosa cafetina abria as portas dos bordéis para qualquer um , com o sentido de uma casa que está aberta a todos). – Cor de burro quando foge (a expressão é deturpação de outra, do tempo em que os animais andavam soltos na cidade: “corro de burro quando (o burro) foge) – Plantar Batatas (era em Portugal uma atividade inferior à de ser operário de fábricas por ser atividade desprestigiada e braçal, que inferiorizava o trabalhador, destinava-se, portanto a gente desqualificada). Já que estamos falando de curiosidades, você sabe o que aconteceu com os reis magos após terem enganado Herodes? Simplesmente sumiram. Mas um dia em um sonho pude saber que os magos de cabelos brancos, transformaram-se em meninos. Eles haviam dado ao rei menino ouro, incenso e mirra. Mas o que não se conta é que o menino tenha  dado presentes a eles também.  E o que ele deu,  foram seus sonhos de criança! Bastou que os magos sonhassem o sonho do menino para que se transformassem em crianças, com olhos de menino. Que neste Natal cada um de nós nos transformemos em criança vivendo dentro de nossos mais belos sonhos, brincando na esperança de que o saco de Papai Noel esteja cheio de esperanças, partilha, amor, amizade, felicidade, compreensão, sabedoria, para distribuir a todos que conosco conviveram neste ano que passou.
Feliz Natal!

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