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4/01/2012

Editorial

O Argumento completa oito anos. Para falar de política, está no fim do seu segundo mandato. E, modéstia à parte, está cumprindo bem o seu árduo e fácil papel: ser o contraponto da notícia oficial, principalmente. Árduo porque é chato.
  
Ainda bem que não estamos só preocupados com a mesmice da nossa política e políticos. Temos, para quebrar com esta maçante tarefa de questionar o poder em suas contradições diárias, a nossa literatura, música, charges e crônicas.  

Por fim, novamente informamos que o Sr. Prefeito tem direito de resposta garantido em nosso jornal para todas notícias aqui veiculadas. Ou, caso queira, o convite para uma entrevista novamente está aberto. Vamos discutir Rio Preto? 

Então é isso aí, sem mais delongas, vamos que vamos! E, novamente, estamos à disposição dos leitores para críticas, sugestões e tudo mais que possa melhorar as nossas páginas e, sobretudo, o jeito de interagir com o nosso lugar.

As máquinas não param

Domingo, quatro de março, o programa Fantástico, da Rede Globo, trouxe uma reportagem sobre prefeitos que se aproveitam da coisa pública. Eles se elegem para dilapidar os cofres públicos. Infelizmente, é o que mais temos.
Uma das formas de utilizar o poder para se beneficiar, mostrou o programa, foi a construção, com as máquinas da prefeitura, de uma pista de aviação para um particular.

Diante dessa matéria, logo nos indignamos e imaginamos como há dinheiro público jorrando nas prefeituras e o como ele vem sendo desviado. Naquele aeroporto e para toda obra particular que o dinheiro público é levado criminosamente, perdemos escolas, hospitais e casas populares.   

Qualquer semelhança entre a prefeitura que o Fantástico mostrou e a nossa cidade não é coincidência, mas a pura e amarga realidade da maioria das prefeituras.

Entrevista

          O Argumento, diante dos fatos ocorridos nos últimos dias sobre uma denúncia de crime ambiental cometido pela prefeitura, inclusive com a presença da Polícia Militar no local, convidou para uma entrevista, por estar envolvido diretamente no episódio, o Aloisio Melo Moraes. Ele está diretamente envolvido por três motivos: 1º) Era o Vice-Prefeito quando a chamada UTC (Unidade de Triagem e Compostagem do Lixo) foi levada para o Posto Agropecuário; 2º) É editor do jornal O Grito, quem vem denunciando o funcionamento irregular daquela usina; 3º) Foi o destinatário dessa denúncia, que, sem dúvidas, trata-se de um dos maiores crimes ambientais dos últimos tempos em nossa cidade. Pois, lá no Posto estão as principais nascentes que abastecem a nossa cidade. Então vamos à entrevista e, desde já, os nossos agradecimentos ao Aloísio por esta entrevista e, principalmente, pela defesa do nosso meio ambiente.
1) J.Argumento. O Senhor foi Vice-prefeito na época da instalação da UTC (Unidade de Tratamento e Compostagem do Lixo) no local onde existem as principais nascentes de água que abastecem nossa cidade. O senhor era favorável a instalação da UTC naquele local?  
Aloisio. Eu nunca fui e não sou contrário a instalação de uma usina de lixo. Me lembro que a nossa usina, quando foi construída naquele local onde está o foi com o compromisso daquela administração municipal, da qual era vice-prefeito, de não poluir a natureza. Fui à inauguração da usina e nos discursos que foram ditos na hora, todos que falaram, inclusive o então prefeito Edmar, garantiram que a usina não iria poluir nenhuma nascente de água e nem a natureza ao seu redor. O que vemos hoje é que o dito e prometido não foi “sério”. 
2) J.Argumento. Segundo matéria publicada no jornal “Aqui”, por afirmação da Supervisora da Biokratos, Karoline: … “Em Rio Preto a questão do lixo é definitivamente levada a sério!”, o senhor concorda com esta afirmação ? 

Aloisio. Definitivamente não concordo com essa afirmação. Se o que está acontecendo naquela unidade de compostagem de lixo for coisa séria então já não sei mais o que é certo ou errado sobre tratamento adequado ao lixo. Fomos lá recentemente, mais precisamente na quinta-feira depois do carnaval. Recebi um telefonema anônimo para, na condição de editor do jornal “O Grito”, fazer uma reportagem sobre o que os funcionários da Usina de Lixo estavam fazendo naquela manhã. Procurei o ex-prefeito Agostinho Ribeiro, também responsável pelo nosso jornal e, juntos fomos até à Polícia Militar que nos acompanhou até à usina de lixo para verificarmos juntos o que se passava por lá. E qual não foi a surpresa: mais de 50 toneladas de lixo estavam sendo enterradas em valas através de uma retroescavadeira da Prefeitura poluindo a natureza. Quando chegamos ao local o encarregado da usina, Sr. Roberto ficou surpreendido com a nossa presença. Então o encarregado passou a nos informar sobre o aterramento do lixo urbano de Rio Preto. E me lembro que uma de suas primeiras observações foi a de que ele não dispõe de quadro de funcionários adequado para realizar o tratamento do lixo. Naquele dia estavam sendo enterrados o lixo do carnaval deste ano e mais outros montões de lixos acumulados anteriormente. Se aquilo que estão fazendo é coisa de administração pública séria então já não sei mais o que é ser uma administração responsável e ciente dos seus deveres para com a população. Se o meio ambiente de nosso município está sendo tratado com aquela “seriedade” que estão dizendo no jornal eu gostaria que o IBAMA e outros órgãos de defesa do meio ambiente fizessem uma visita à nossa usina de lixo para ver se acham aquilo coisa de gente séria. Fizeram uma estradinha em meio à mata, já por fora do limites da área de preservação ambiental, e num grande platô à ceu aberto estão aterrando sacos de plásticos, vidros, seringas de hospital, ossadas, etc., chamando a tudo aquilo de tratamento do lixo. Eles já comprometeram mais de duas nascentes de água que nascem logo abaixo do platô. E ainda chamam a tudo isso de tratamento sério? Não é à tôa que ninguém pode entrar para ver a usina de compostagem. O portão é fechado com cadeado. Por que, hein? O que não conseguimos entender é porque nos anos de 2001/2002/2003/2004/2005/2006/2007 qualquer cidadão riopretano visitava, e com prazer, a usina de lixo. Naquela época alunos e suas professoras iam regularmente visi tar a usina para ver o tratamento do lixo. E hoje, por que não vai um aluno ou professor lá? Falar em seriedade em tratamento de lixo numa usina como a nossa, em primeiro lugar seria falar no pagamento de insalubridade, 40%, para quem trabalha em meio àquela sujeira toda. Por que o prefeito se nega a pagar com decência e dignidade aos servidores do lixo? Escutei uma história, que hora dessas vai ficar às claras, que na véspera das últimas eleições alguns políticos candidatos, hoje eleitos, estiveram reunidos com funcionários daquela usina quando lhe prometeram que se ganhassem as eleições eles receberiam insalubridade integral, e mais: ainda participariam dos lucros da venda do lixo que seria tratado e comercializado. E por que isso não aconteceu até hoje, se eles ganharam as eleições e estão no poder? Como se pode ver não há seriedade coisa nenhuma no funcionamento e tratamento do nosso lixo. Mas, com tudo isso, é hora de tomarmos um caminho sério. Temos que denunciar o que está acontecendo aos órgãos protetores do meio ambiente. E quem sabe, se também não é chegada a hora de promover uma  ação judicial em defesa da nossa natureza?

O Lixão está voltando?

Uma denúncia de que o lixo do carnaval estava sendo enterrado no Posto Agropecuário levou a Polícia Militar àquele local. Quem recebeu a denúncia e acionou a polícia foi o Aloisio Melo, editor do jornal O Grito. Para saber mais sobre essa denúncia, que pode levantar um dos maiores crimes ambientais dos últimos tempos em nossa cidade, convidamos para uma entrevista, na página 04, o Aloisio.

Para saber mais sobre essa ameaça ao meio ambiente e a nossa saúde, pois no Posto estão as principais nascentes que abastecem a nossa cidade, trouxemos, na página 03, uma matéria sobre lixo, aterro sanitário, compostagem e muito mais.

Defender o meio ambiente é dever das autoridades e obrigação de todos nós.

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