Por – Aloísio Melo.
Pitágoras, Platão, Heródoto e Aristóteles – essa a respeitável
linha de ataque do time da Filosofia que me permito escalar, hoje, nesta
coluna, sem medo de estar atropelando nenhum beque. Esses aí são cobras criadas
nas disputas das idéias que enobrecem o nosso espírito. Mas existem também os
que cuidaram das disputas dos gramados.
A minha fonte é não menos do que Armando Nogueira, para quem nós
todos devemos tirar o chapéu para as crônica que escreveu quando era vivo. Em
um de seus textos ele escalou a linha de atacantes acima, quando eles jogaram
pelo Atenas Futebol Clube. Mas, convenhamos, existiu também o Sport Clube Rio
Preto.
Quem não se lembra daquele time famoso. É preciso cultuá-lo nessa
comemoração de seus 96 anos, agora neste 2013. Foi numa noite de 13 de maio de
1917 que surgiu o “Paz e Esperança Futebol Clube” riopretano. Ele foi o
precursor do Sport.
Foi assim que aconteceu. Reunidos na Praça Barão de Santa Clara,
alguns jovens da época se empolgaram em criar um time. Foram eles: Dolor Gentil
Ramalho, Artur Malhado Carneiro, Felipe Flutt, Felipe Habib, Elpídio dos
Santos, Joaquim Simões e Horácio Machado Sales. Eles não imaginavam que davam
ali inicio a uma história verde e branca (cores do time) que permanece até
hoje.
Depois de estrear jogando
contra o Cruzeiro, o novo time riopretano, o “Paz e Esperança” foi o primeiro
campeão oficial de Valença. Um jogo em Rio Preto, no dia 17 de julho de 1917,
aniversário do time, marcou a inauguração do “Campinho do Divino”. O jogo
terminou empatado em dois.
Em 1918 o “Paz e Esperança” passou a se chamar Sport Clube Rio
Preto, nome que ainda mexe com o orgulho dos riopretanos. Se se dizia de
Aristóteles que era um ponta que jogava parado, pensando. Não se pode falar o
mesmo de João Batista, ponta do Sport. Ligeiro, hábil com a bola nos pés, ele
fez carreira além de Rio Preto, no Royal de Barra do Piraí.
Platão, ao contrário de Pedrinho, só cuidava de ginástica e
educação física em sua academia. Mas o meia riopretano não deixava que a bola
se descolasse dos seus pés, nunca. O filho do “Zé Pequeno” era só alma e
segurança ao time em campo, principalmente se os adversários fossem o Monte
D’Ouro e o Coroados, frequeses de caderno do Sport.
Pitágoras só entrava no jogo para dar ritmo e harmonia. Já o Sport
tinha o João Faria e o Macaco. Com essa dupla de área não tinha prá ninguém com
Pacote de quarto sagüeiro, escorando. Se Pitágoras trouxe para nós a criação
estética, esses três feras do clube alviverde riopretano, pode-se dizer sem
medo nenhum de errar: criaram um espaço lúdico para a bola, entre suas cabeças.
E não podemos nos esquecer do Neco, Daio, Jean, Tatita, Neil,
Jardel, Wiliam e Vilela. Sei que vou me esquecer de muitos. Mas não do Ronaldo
Peroti. No gol era a tranquilidade do time. Não foram do meu tempo, mas tem
também o Zé Pequeno, o Soizinho e o Zinho Rosa, e, muitos outros ...O Alan !!!
O goleiro Bruno !!!
E Heródoto? Ah, esse não era igual a Platão e nem Aristóteles.
Mas, o seu profissionalismo, mesmo não sendo craque em campo, deixou o legado
da organização. O Sport teve em Olavo
Monteiro o presidente a quem o time deveu grande parte da sua glória pelas
vitórias nos campeonatos que disputou em Rio Preto e Valença. Vivam o Sport!