SOS ARGUMENTO

O Argumento precisa de sua ajuda. Faça uma doação para a C/C 07212 6, Agência 4570, Banco Itaú.

Contato - jornalargumento@yahoo.com.br


9/25/2010

EDITORIAL

Inverno com chuva é muito ruim. As nuvens molham e apagam o sol. E o dia se faz nestas bobagens de pensar molhado também. As mãos se esfregam, vão ao rosto, recebem sopros, e nada, senão o prazer secreto do ato. A rolinha forma uma bolinha e resmunga que o fogo apagou, o fogo apagou... Os gatos esquecem velhas rixas e se amontoam por camas e sofás, na falta dos balaios. Se o que nos sobra é água, ela vai ficando um pouco para depois. Até a vida fica um pouco para o outro dia, principalmente a vida pública. Sair pra quê? Nesses dias, liga-se tudo e, com muito esforço, o chuveiro. Ligar o radinho à pilha, acender o fogão à lenha, fazer aquele cafezinho, assar um pão-de-queijo... Se tiver um livro, melhor ainda. Se tiver esse jornal para fazer, aí o dia de chuva ruim passa a ser dia de chuva bom. Ainda mais com as matérias já rascunhadas, as crônicas escolhidas e só o trabalho de ligar o computador e ir montado página por página.

É neste clima de dia chuvoso que o jornal sai, mas nem por isso cinza, com exceção, claro, da nossa política sem brilho. Mesmo assim temos que mostrá-la, já que maquiá-la é ir contra a cidade que queremos e merecemos, pois contribuímos com os cofres públicos pagando IPTU, COSIP, entre outros tributos. Vamos, então, começar pela coisa mais importante, que é a política. Ela segue, com direito à antítese, parada. É muita foto para pouco acontecimento; muito foguete, para pouco despertar; é muita maquiagem... Ela grita o tempo todo que está viva, mas não abre mão do silêncio e é leniente com o passado.

O meio ambiente, mais uma vez, traz notícias boas e dá um colorido à nossa esperança. O Ibama, entre outros órgãos, segue firme na campanha de combate ao tráfico de animais silvestres. Na edição passada, trouxemos um prospecto com as informações dessa campanha. Na página 05, temos mais informações sobre esta ação conjunta, onde a peça mais importante somos nós, cidadãos em defesa do nosso meio ambiente e contra esta que é a terceira modalidade de crime mais cometida, o tráfico de animais silvestres (as outras duas são: tráfico de drogas e armas).

Então é isso, leitor, uma boa leitura e que nesta o dia seja também de sol lá fora.

NOSSA POLÍTICA

ENTREVISTA COM VEREADOR LEONARDO M. L. REIS.
1. O que o vereador acredita que possa ser feito para aumentar a renda e a geração de empregos em Rio Preto?
Resposta do Vereador Leonardo M. L. Reis.
Um conjunto de ações. Primeiro devemos pensar na educação e consequente preparação do cidadão (principalmente do jovem), para o mercado de trabalho. Para isso estamos viabilizando com o apoio conjunto do Secretário de estado Alberto Portugal e do deputado do PT, Reginaldo Lopes, a implantação de cursos profissionalizantes. Uma pessoa melhor qualificada tem mais oportunidades de emprego. Num segundo ponto devemos pensar concretamente no desenvolvimento turístico do Município. Sabemos que pelas nossas características essa parece ser a melhor saída para geração de renda, para possibilitar a circulação de dinheiro e para geração de empregos diretos e indiretos. Concomitantemente devemos viabilizar a implantação de pequenas e médias empresas na cidade, o que talvez gere um resultado mais rápido. A implantação do Plano Diretor Municipal também é fundamental.
2. O que o vereador acredita que possa ser feito para melhorar o meio ambiente em Rio Preto?
Resposta do Vereador Leonardo M. L. Reis
Preservar, conscientizar e agir. A preservação depende de cada um de nós. São atitudes simples do dia a dia que fazem a diferença. A conscientização é importantíssima. No final do ano 2000, com a construção da unidade de compostagem de lixo no Município, participei na iniciação de um trabalho de educação ambiental, ao qual, infelizmente não foi dada continuidade. Hoje recomeçamos do zero. A secretária de meio ambiente iniciou um trabalho junto às escolas e um novo projeto de educação ambiental, somado a implantação da coleta seletiva está em andamento. Vale ressaltar que Rio Preto ficou estagnado nos últimos anos no que diz respeito ao meio ambiente. Foi necessária inclusive, a recuperação da unidade de compostagem e consequente liberação das licenças que haviam sido caçadas (nota da redação: sic. palavras conforme o texto original), o que ainda não foi concluído. Temos projetos para o rio preto e esgoto em todo o Município.
3. Como o vereador avalia o desempenho da atual Administração, quais foram os principais acertos e o que ainda falta fazer?
Resposta do Vereador Leonardo M. L. Reis.
Muito há por fazer. O importante é que começou a ser feito. Com altos e baixos, avalio positivamente esse ano e meio de governo. Erramos na condução do governo de transição, que praticamente não existiu e fez muita falta. Isso, somado a crise mundial que diminuiu os repasses ao Município, fez com que o andamento de obras e projetos fosse diretamente afetado. Outro ponto que pesou contra nossa cidade foi a situação encontrada na Prefeitura. Até o mês passado estávamos tentando regularizar a prestação de contas e justificar a falta de contrapartida da maioria dos convênios anteriores a 2009. Entendo como principal acerto, a reestruturação da Prefeitura, principalmente ao proporcionar melhores condições de trabalho aos funcionários. Agora os projetos começaram a sair do papel e a expectativa é que muita coisa venha por aí. Devemos lembrar que em várias áreas já tivemos significativas melhoras.
4. Nunca na história de Rio Preto um Presidente da Câmara ganhou mais do que os outros vereadores. Hoje, inclusive com o voto do vereador, quem ocupa a Presidência da Câmara ganha mais dinheiro que os demais vereadores. Por que esta diferença de subsídios (salários) se o Legislativo continua com uma média de três reuniões por mês?
Resposta do vereador Leonardo M. L. Reis.
Nessa pergunta o jornal Argumento mostra uma peculiar desinformação. Vários ex-presidentes receberam mais que os outros vereadores. A emenda constitucional 19 regulamentou o assunto e a CMRP em 2008 (mandato passado), aprovou por unanimidade a Lei 1221/08. Hoje, essa diferença é de duzentos reais e destina-se à função representativa do Presidente. O povo sabe disso, por que como nunca antes na história de Rio Preto, a prestação de contas da Câmara é divulgada em praça pública. Está disponibilizada no site (www.cmrp.mg.gov.br), desenvolvido pela atual gestão. É também publicada no jornal “Aqui”. Alias é bom lembrar que, como nunca antes, a CMRP sob a nossa condução, realizou o primeiro concurso público de sua história, realizamos, ainda, a restauração e ampliação de nosso prédio, melhorando as condições de trabalho de todos. Estamos trabalhando. E muito.
Nota da Redação. Lamentável que esta prática e jeitinho de sempre tirar um pouquinho dos cofres públicos (Presidente ganhar mais do que os outros vereadores) tenha voltado na gestão do atual presidente, que inclusive votou a favor. Com relação a média de três reuniões por mês, não houve resposta.
5. Porque o site da Câmara não vem publicando as entrevistas com os vereadores (José Benedito, Adilson Mello, Antônio Márcio, Wellington Nacarate e José Teodoro), que foram veiculadas no jornal Argumento?
Resposta do vereador Leonardo M. L. Reis.
Ficamos surpresos com a tendenciosa e inverídica manchete do último nº. dessa publicação, que falava que o vereador não tem acesso ao site. Todos os vereadores tem acesso ao site, inclusive com senhas pessoais. Consideramos que a divulgação de matérias veiculadas nos variados jornais da cidade é de responsabilidade dos mesmos. Não cabe à CMRP divulgar tais matérias. Nosso site é um sucesso. Em apenas 6 meses de lançamento atingimos uma média de acessos muito boa. É um sonho realizado. Em agosto próximo apresentaremos uma pequena e já programada reformulação. Lançaremos um espaço para as localidades da cidade, um espaço para acompanhamento das obras da igreja, além de mais um espaço para os vereadores. Lá todos poderão externar suas opiniões e defender seus posicionamentos. Isso é transparência.
Nota da Redação. Se não cabe ao site da Câmara, que foi construído com dinheiro público, divulgar as opiniões e ações dos vereadores, caberia a qual veículo de informação?
6. Considerações finais.
Resposta do vereador Leonardo M. L. Reis.
Parabenizo o “Argumento” pela iniciativa, apesar do pouco espaço para as respostas. Parabenizo as matérias culturais, as ambientais, crônicas de nossos conterrâneos. Porém, lamentamos a falta de imparcialidade e critério do jornal na veiculação de algumas matérias, em especial as políticas. Eu, por exemplo, nunca fui procurado quando da veiculação de matérias referentes a mim ou à Câmara na minha gestão. Uma publicação imparcial deve ouvir todas as partes envolvidas na notícia. Ou não? Preferimos acreditar que o corte do pagamento mensal que a CMRP e a Prefeitura faziam ao site rio preto-mg (tb da propriedade do editor deste), não tenha sido o motivo de tamanha parcialidade em tais matérias. Trabalhamos para que Rio Preto se desenvolva. Tenho certeza que esse é o desejo de todos. Sonhar é preciso. Lutar para realizar esses sonhos é fundamental. Mãos à obra. Um forte abraço a todos.
Nota da Redação.
A Administração passada (Inácio) e esta (Edmar) nunca fizeram parceria com o site de Rio Preto, o que é uma pena, pois uma divulgação ampla do site da nossa cidade certamente aqueceria o comércio, traria dinheiro para o município e geraria empregos. Com relação a esta resposta, o vereador está mal informado ou agindo de má-fé.
Com relação a parceria que existia entre a Câmara e o site de Rio Preto, firmada na legislatura passada, a mesma foi feita através do vereador Antônio Márcio, que era presidente da Câmara e após renovada pelo vereador e Gilmar Duque, que passou a ser o presidente daquela casa. Ali, todos os vereadores, sem discriminação, tinham um espaço garantido para prestar suas contas. O atual site da Câmara, como é mantido com dinheiro público, deveria tomar a iniciativa de disponibilizar um espaço para repercutir as opiniões externadas pelos vereadores, não só no Argumento, mas em qualquer jornal da nossa cidade.
Com relação a falta de comunicação do Jornal com a Câmara, falada pelo vereador, notamos também que a atual presidência não comunica os eventos e acontecimentos da casa ao Jornal para possíveis publicações. Queremos acreditar que esta falha não tenha como fundo o fato de ser o Jornal Argumento o contraponto da notícia oficial.
Já o Jornal Argumento continua com a mesma linha. Desde a Administração passada (Inácio), a linha do Argumento é uma só: defender a coisa pública, isto é, dinheiro, obras, máquinas, empregos etc. Assim, o Argumento continua combatendo o uso do carro oficial em viagens particulares, o fim da Taxa de Iluminação Pública, entre outras bandeiras que também o vereador Léo Reis levantava quando estava na oposição e que agora, na situação, abandonou.

NOTÍCIAS DE RIO PRETO

A SANTA CASA TEM DOCUMENTOS???

Recentemente, foi informado aos leitores riopretanos que a Santa Casa deixou de receber R$ 120.000,00 de um político porque não estava com as suas documentações em dia. No entanto, a Srª Dirce Vieira, provedora passada da Santa Casa, informou a este jornal que a Santa Casa estava devidamente documentada para receber ajuda.
Hoje, a atual provedora, Srª Sônia Vieira, afirma também que a Santa Casa está com sua documentação em dia, mas o vereador José Benedito, em entrevista a este Jornal, alegou ter conseguido dinheiro para a Santa Casa, porém, este dinheiro para lá não pôde ser enviado porque a Santa Casa, nas palavras do vereador, não tinha sua documentação completa.
A documentação do nosso hospital está ou não completa? Com a palavra a ex-provedora e a atual provedora.

OUTUBRO, MÊS DE ELEIÇÕES. CUIDADO!

Deputado Mensaleiro, Deputado do Castelo, Deputado do Orçamento, Deputado do Pó, Deputado do Latifúndio...
Eleições à vista, velhas e novas “bombas” políticas estão vindo por aí.
Diante deste caos políticos que as nossas lideranças se aliam, em sua maioria, para obter vantagens pessoais, o jornal Argumento fará uma pesquisa para levantar a ficha de alguns candidatos fichas-limpas, até o momento. São políticos que, até o momento, não participaram de nenhum esquema de corrupção. São políticos que tem bandeiras sociais não só no discurso. São políticos que não se elegem dando dinheiro para prefeitos e vereadores dos grotões do nosso Estado. São políticos que defendem os excluídos do poder público, ou seja, aqueles que aguardam nas filas de consulta, da educação, da casa própria, da terra etc. São políticos que não trocam o seu voto por dinheiro e têm como objetivo a defesa do Estado em seu todo.
A lista de alguns políticos fichas-limpas será publicada na próxima edição.


NOVIDADES NO SITE DE RIO PRETO

O site de Rio Preto na internet – www.riopreto-mg.com - vem aí com uma inovação política. Nele será criado um espaço que publicará as opiniões dos nossos vereadores. Tudo aquilo que consideramos de interesse público será publicado no site e levado ao visitante. Assim, por exemplo, as entrevistas concedidas pelos vereadores José Benedito, Adilson, Wellington Nacarate, José Teodorinho, Léo Reis ao Jornal Argumento estarão disponíveis, em breve, no site da nossa cidade.
Vale a pena conferir e acompanhar os trabalhos e as opiniões dos nossos vereadores sobre temas relevantes de nossa cidade.


CÂMARA CENSURA VEREADORES
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las”. Voltaire.

Você sabia que cinco vereadores nossos opinaram sobre a Santa Casa? Você sabia que o vereador José Benedito concedeu uma entrevista de uma página inteira e abordou importantes questões da nossa cidade? Você sabia que todos os vereadores serão convidados para uma entrevista individual?
Se a sua fonte de informações é o site da Câmara, certamente você não sabe disso.
Isto por que, o site da Câmara, inexplicavelmente, não publicou as opiniões desses vereadores. Com esta atitude discriminatória, que esconde as opiniões contrárias, não só perdem os vereadores, como o próprio site da Câmara fica desacreditado.
O portal da Câmara precisa registrar as opiniões dos vereadores para não estimular o silêncio e a omissão dos que se calam.
O que o riopretano e, principalmente, os contribuintes desejam é que o site da Câmara seja mais que um espaço para fotos antigas, homenagens e roteiros turísticos. Deve, sim, ser um espaço de prestação de contas e pensamentos dos políticos - porque sabemos que Democracia não combina com censura.


Campanha de Combate ao Tráfico de Animais
Silvestres


O jornal Argumento distribuiu, na edição passada, um encarte sobre a campanha de combate ao tráfico de animais silvestres. O encarte trouxe fotos e informações sobre um pouco da nossa fauna e as ações que o Ibama e outros órgãos vêm realizando no nosso Estado.
Foram 700 prospectos mostrando que a vida nas nossas matas está excessivamente ameaçada e que é preciso ajuda de todos nesta campanha de combate à retirada de animais das nossas matas.
Vale a pena, por exemplo, resistir ao desejo de trazer uma maritaca, um canário-da-terra ou outro pássaro para dentro de nossas casas.
Toda vida merece amor, toda vida merece respeito!

CELULAR E INTERNET JÁ, OU PRESÍDIO?

Circula na praça que Rio Preto tem condições básicas para sediar um presídio de segurança máxima, pois atende a duas exigências fundamentais: não tem sinal de celular e nem de internet.

NOSSO MEIO AMBIENTE

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola


No dia 05 de junho comemora-se o dia do meio ambiente.
A criação da data foi em 1972, em virtude de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), a fim de tratar assuntos ambientais, que englobam o planeta, mais conhecido como conferência das Nações Unidas.
A conferência reuniu 113 países, além de 250 organizações não governamentais, onde a pauta principal abordava a degradação que o homem tem causado ao meio ambiente e os riscos para sua sobrevivência, onde a diversidade biológica deveria ser preservada acima de qualquer possibilidade.
Nessa reunião, criaram-se vários documentos relacionados às questões ambientais, bem como um plano para traçar as ações da humanidade e dos governantes diante do problema.
A importância da data é devido às discussões que se abrem sobre a poluição do ar, do solo e da água; desmatamento; diminuição da biodiversidade e da água potável ao consumo humano, destruição da camada de ozônio, destruição das espécies vegetais e das florestas, extinção de animais, dentre outros.
A partir de 1974, o Brasil iniciou um trabalho de preservação ambiental, através da secretaria especial do meio ambiente, para levar à população informações acerca das responsabilidades de cada um diante da natureza.
Mas em face da vida moderna, os prejuízos ainda estão maiores. Uma enorme quantidade de lixos é descartada todos os dias, como sacos, copos e garrafas de plástico, latas de alumínio, vidros em geral, papéis e papelões, causando a destruição da natureza e a morte de várias espécies animais.

NOSSA CRÔNICA

BOCA DA BARRA
DIMAS C. LUZ


Chegava o verão, era uma festa. A nossa praia estava ali, intacta, areias brancas e água límpida. Podíamos até ver alguns peixes pequenos, beirando os areais. Muitos de nós tivemos o privilégio de ali aprendermos a nadar. Assim era a Boca da Barra, o encontro das águas do córrego da Safira com o rio Preto. Durante muitos anos podia-se ver e usufruir desse paraíso. Naquele local, pescávamos lambaris, piaus e outros peixes. As famílias realizavam piqueniques e os banhos eram coletivos. Os envangélicos realizavam seus batizados e as crianças brincavam com baldes de areia à beira d’água.
As águas eram mansas, e não escondiam nenhum perigo. O corpo desta praia era limpo, para nós ali era um lugar sagrado.
Um pouco abaixo podíamos ver ancorado o “Gaivota”. Esse era o nome do barco do compadre Souza. E era nessa embarcação que homenageávamos nossa Senhora Aparecida no dia 12 de outubro, em procissão pelas águas do rio Preto.
Do outro lado da margem viam-se inúmeros pés de ingá, os quais lançavam seus frutos às águas para alimentar os peixes.
Os anos se passaram, tive saudades da Boca da Barra e resolvi voltar àquele local. Lá chegando, levei um susto. O que teria acontecido?
A Boca da Barra estava irreconhecível. Teria passado por ali um furacão, um tufão, ou um vulcão por perto teria entrado em erupção?
Não seria nada disso, em Rio Preto-MG, neste país chamado Brasil, graças a Deus não existe incidências desses fenômenos. Com certeza, não seria a Mãe que teria se autodestruído.
Desci o barranco e comecei a percorrer o corpo do que um dia foi um paraíso; onde se podia andar descalço, hoje calçado é um risco. E fui identificando grande quantidade de cacos de vidro, latas, pedaços de ferro, restos de construções. Muitas garrafas de plástico e de vidro, sacolas plásticas, pneus velhos, enfim, todo tipo de lixo.
A esta altura já não tinha mais dúvida de que teria tirado a beleza e a pureza da Boca da Barra. Sim, seria um animal, o qual é o maior inimigo da natureza, polui as águas, pratica caça predatória, apreende pássaros e deposita seu lixo de forma irracional.
Este animal se chama Homem...Os filhos que maltratam a mãe merecem castigo. E você, Mãe Natureza, até então tem sido benevolente. Mas até quando?
Indignado com o que vi, apanhei dois gravetos de uma árvore seca, construí uma pequena cruz e cravei naquele solo. Em sinal de respeito à Mãe Natureza.

NOSSO MEIO AMBIENTE

Será que o meio ambiente ganhará com a nova proposta de alteração no
Código Florestal?

VALÉRIO MACHADO DUQUE - ANALISTA AMBIENTAL IBAMA

Estão em discussão no Congresso Nacional possíveis alterações no Código Florestal Brasileiro. O projeto que propõe tais mudanças na lei é de autoria do Deputado Federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP).
O texto dá autonomia para os estados definirem os percentuais de área de reserva legal e para flexibilizar a aplicação das leis ambientais. O novo código também isenta pequenos produtores rurais com propriedade de até quatro módulos rurais da obrigatoriedade de cumprir os percentuais de reserva legal - no caso de mata atlântica e caatinga esse percentual é de 20%; no cerrado, 35%; floresta amazônica, 80%.
Os médios e grandes proprietários poderão, quando impossível cumprir a regra, fazer compensações em áreas de preservação coletiva, a serem definidas pelo Estado. Com isso, o novo texto legaliza a situação de 90% dos produtores rurais brasileiros que, segundo Aldo, estariam hoje colocados na ilegalidade, principalmente os das regiões Sul e Sudeste.
As Áreas de Preservação Ambiental (APA) permanecem no mesmo regime, mas poderão ser alteradas pelos estados que tiverem realizado o Zoneamento Ambiental. A área de mata ciliar a ser mantida pelos agricultores fica em 70 metros no máximo, mas o mínimo passa a ser de 15 metros, podendo cair para 7,5, dependendo da definição de cada estado.
Bom, o projeto certamente favorece aos produtores, mas não a maioria da população.
O interesse da proposta é apenas legalizar o que está ilegal, portanto, passível de multas, além de permitir novas degradações, essas, legitimadas. Como disse o deputado “o novo texto legaliza a situação de 90% dos produtores rurais brasileiros...” e que, segundo o parlamentar, “estariam hoje colocados na ilegalidade”. O texto do projeto também permite aos estados “flexibilizar” a aplicação das leis.
Lembramos que o Código Florestal está em vigor desde 1965, portanto, há 45 anos, e foi elaborado justamente para conter os abusos individuais em detrimento dos interesses comuns. Àquela época houve a necessidade da ampliação dos mecanismos de estado para a prevenção de maiores devastações, uma vez que mesmo estando vigendo o Código Florestal de 1934 a devastação persistia.
Dessa forma, o produtor não foi colocado na ilegalidade, como diz o parlamentar, mas, muitos deles entraram na ilegalidade por iniciativa própria, pensando, talvez, que o abuso da lei não teria maiores consequências, ou então, que a lei seria alterada para regularizar a ilegalidade.
Naquele período, como a maioria da população concentrava-se no meio rural, havia a preocupação com a forma de ocupação das terras, as quais colocavam em risco as áreas consideradas importantes para a conservação ambiental. Hoje, com uma população basicamente urbana, teoricamente a preservação dessas áreas seria facilmente conseguida, porém, não é o que acontece.
Em 1970, mais da metade dos brasileiros já viviam nas cidades (55,9%). De acordo com o Censo de 2000, a população brasileira é agora majoritariamente urbana (81,2%), sendo que de cada dez habitantes do Brasil, oito moram em cidades.
Mesmo que as propostas de alteração da lei atinjam principalmente as áreas rurais, onde hoje existe um menor percentual humano, as alterações afetariam a todos, pois o ambiente não tem fronteiras.
A Lei Federal de 65 foi homologada pensando em preservar o ambiente para toda a sociedade, e não para favorecer parte dela, como é o que se apresenta na proposta atual.
Como outras atividades, a produção agropecuária é necessária para o desenvolvimento do País, e, também, como as outras, o cumprimento legal se faz necessário, principalmente por envolver questões de interesse comum.
O parlamentar, quando elaborou seu projeto, pensou em regularizar a situação dos proprietários que agiram ilegalmente e em benefícios próprios, porém, desconsiderou todos os outros cidadãos que agem dentro da legalidade.
O legislador, quando comenta seu projeto, ressalta as ocupações de áreas já consolidadas, o que em parte procede. No entanto, não menciona que os muitos proprietários a serem beneficiados seriam os que cometeram os grandes desmatamentos em áreas protegidas, fatos esses posteriores a 1965.
Os governantes devem almejar que todos os cidadãos ajam dentro da legalidade, e não criar leis que regularizem atos ilegais.
Como todos sabem, o papel aceita tudo, mas, o que todos deveriam saber é que o meio ambiente não segue as vontades dos homens.
Fonte de consulta para comentários: http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1598411-16052,00.html

RESENHA

MONTANHA MÁGICA - CONVITE AO CONHECIMENTO.
DÊNIS DE OLIVEIRA DUQUE
A Montanha Mágica é um livro que se coloca entre as grandes obras literárias escritas no século XX.
Este é um livro que desafia o jovem, o educador e qualquer leitor que o leia com atenção, a se investigar.
Obra do escritor Alemão Thomas Mann, que o escreveu no início do século XX. E apesar de ter sido escrito há quase cem anos, “A Montanha Mágica” continua sendo um livro atualíssimo e fundamental principalmente para quem se preocupa com a educação e os rumos da civilização.
Neste livro conhecemos a história do jovem Hans Castorp que se preparava para iniciar-se em sua profissão e já estava bastante comprometido com as expectativas da sociedade em que vivia. Fazia parte de uma família conservadora, da elite de uma cidade alemã em rápido processo de industrialização.
Tendo completado seus estudos de engenharia naval, se preparava para estagiar num estaleiro e projetar navios. Quase alcançava o domínio completo da técnica com apenas 23 anos, mas era de certa forma ignorante e inexperiente diante de outras áreas do conhecimento e diante da vida.
O autor do livro mostra o jovem Hans Castorp ou nada conhecedor de filosofia, política, psicologia. Pouco ou nada conhecedor sobre outros países e outros povos. Pouco conhecedor sobre si mesmo e sobre a humanidade.
Tudo isto era fruto de sua educação limitada por privilegiar a técnica em detrimento de outros ramos do conhecimento.
A história do jovem Hans Castorp não se desenvolverá porém de forma tão previsível porque uma viagem muda o rumo dos acontecimentos. Seria uma viagem rigidamente planejada para durar por apenas três semanas. Seu objetivo era visitar o primo, que num sanatório nos Alpes Suíços tentava se curar de uma tuberculose.
Seriam três semanas de solidariedade ao primo enfermo e preso há cinco anos no alto daquelas montanhas frias. Seu destino é o Sanatório Berghof, misto de hospital e hotel onde o primo está internado.
Lá chegando, guiado pelo primo, a medida que os dias passam, Hans Castorp conhece uma parte da condição humana que nunca imaginou existir. Conhece seres limitados pela doença e a reação destes seres à doença que neles se instalou.
Seu próprio corpo lhe reservara surpresas. Certo dia sente-se mal durante uma caminhada longa que realizava e em seguida uma “gripe forte” o acomete. O médico do sanatório o convence a passar pelos exames que todos ali realizam e nesses exames descobre que também está doente. Hans Castorp decide permanecer no sanatório até que se cure e neste intervalo todos os valores “lá de baixo”, “da planície” de sua família e de sua classe vão sendo questionados pelo jovem.
Certo dia decide junto com o primo, visitar os pacientes que estão em estágio terminal e então toma contato com a experiência da morte. Experiência que muitos ali não querem vivenciar.
Mas ao contrário do que pode parecer, este não é um livro triste e dedicado à morte. Está sim repleto de manifestações de vida, como quando o autor leva os personagens a passeios pela região e relata a natureza, as montanhas, as flores e a neve num quadro exuberante. Nestas páginas fica muito evidente que o livro transmite uma bela mensagem ecológica.
A vida se manifesta intensamente também quando o autor descreve o charme de Madame Chauchat e o interesse de Hans Castorp por ela. A personalidade e o modo de ser diferente desta mulher atrai o interesse de Hans Castorp e o relacionamento entre os dois preenche muitas páginas interessantes.
O livro também traz passagens de muito humor, como no namoro barulhento de um casal de russos, ou nos espetáculos do Senhor Albin no pátio do sanatório e também nos disparates ditos à mesa pela Senhora Sthor.
O jovem Hans é desafiado pelo senhor Settembrini e pelo Senhor Naphta no sentido de desenvolver e apresentar sua visão de si mesmo, da humanidade e do mundo. As conversas que desenvolvem estão recheadas de visões sobre a história, medicina, arte, política e a religião. O jovem então se esforça para buscar um conhecimento sobre as coisas em vez de apenas esperar pelo futuro que sua posição e sua classe lhe reservava.
Implícito no livro está a mensagem de que uma educação somente técnica não é suficiente para formar pessoas e não é suficiente para preparar a juventude para a vida.
Vale a pena ler “A Montanha Mágica” para refletirmos sobre a educação que devemos trazer aos nossos jovens. Vale a pena que a juventude leia este livro buscando conseguir inspiração para buscar uma educação não somente técnica, mas também humana.
Ao terminar a leitura certamente o leitor terá uma sensação de que se divertiu muito, mas não somente se divertiu. O leitor terá a sensação de que se divertiu com coisas sérias, ou seja, que o livro também lhe passou um aprendizado sobre a vida.
“A Montanha Mágica” é um livro que ao final da leitura nos deixa um sentimento de sermos mais educados. Mas que tipo de educação?
Educados no sentido de nos conhecermos melhor, nossas qualidades e nossos defeitos. Educados, também no sentido de conhecermos melhor os progressos e as misérias de nossa civilização ocidental.

Translate