Editorial
O que
estamos vendo nos últimos meses é uma vontade de mudar gritante nos
brasileiros. A primeira bandeira levantada se viu lá em São Paulo, mais uma vez
os estudantes buscando mudanças encabeçaram o movimento que se espalhou e
ganhou a mídia do mundo. Depois, muitas outras bandeiras surgiram no horizonte,
nos punhos e nos corações. Vários segmentos da sociedades engrossaram as
fileiras por um Brasil mais justo e menos corrupto. E todas as bandeiras lá no
fundo pediam o mesmo: direitos fundamentais e punições para os políticos
corruptos.
A saúde,
claro, estava lá nos protestos. Ou melhor, a falta de um sistema de saúde
decente. Já sabíamos que pacientes morrem nos corredores dos hospitais ou com
injeções de café com leite na veia. Descobrimos outras coisas ruins, graças aos
protestos. Descobrimos que há médicos fraudando plantões. Graças aos protestos,
o governo foi obrigado também a reagir, chamou médicos de fora depois que as
setecentas vagas oferecidas para os médicos brasileiros não foram preenchidas.
Isso mesmo, não houve nenhum médico brasileiro querendo uma das setecentas
vagas.
Além da
saúde, muitas outras faixas enfeitaram de cidadania as cidades brasileiras:
educação, transporte, justiça, meio ambiente etc.
Rio
Preto também foi pra rua. E ir para rua em nossa cidade quando as coisas vão
mal não é novidade. Saímos também contra o garimpo e o Collor. Mais que uma
passeata de riopretanos, o que se viu por aqui foi um movimento
predominantemente brasileiro. Estávamos
antenados com as questões do país e municipal. Pedimos punição para os
mensaleiros e uma rodoviária, só pra citar. É engano falar então que
presenciamos em nossa cidade uma manifestação contra o atual prefeito, como
também é besteira cogitar que foi um protesto armado por aqueles que ainda não
digeriram o resultado das urnas de outubro passado. Se houve algum sentimento
neste sentido, ele representa uma minoria. Tivemos sim uma passeata de
brasileiros em primeiro lugar – e foi bom tê-la.
E se as
coisas estão mudando para melhor no país, nossa cidade já respira este ar de
mudanças e novidades. Queremos falar aqui da Apae, pois essa Associação de Pais
e Amigos vem buscando outras vias de arrecadação e fortalecimento dos
especiais. Foi ótima a iniciativa de mobilização da população através dos jogos
beneficentes articulados pela Apae. E para falar mais sobre o que aconteceu
neste evento realizado no campo do Divino, trouxemos para os leitores o Leandro
para falar sobre a Apae, o Wellington para falar sobre o Cerração Futebol Clube
e o Aloisio para contar a história do Sport.
E se o
ar traz coisas boas, estamos vendo no horizonte a chegada de médicos em nossa
cidade. Brasileiros ou estrangeiros – sejam bem vindos!
Vamos
fechar este editorial com otimismo. E que os nossos leitores, nesta edição
leitores-brasileiros, aproveitem o Argumento.