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8/22/2011

EDITORIAL

Que foguetório é este? É a droga que chegou, respondem uns. Deve ser jogo, opinam outros. Muitos já sabem que o foguetório não vem do tráfico e nem do futebol, o foguetório que está tomando conta dos nossos ouvidos vem da prefeitura. É! Parece que a Administração foi acordada e quer nos dizer isso com esta barulhada toda.

Quanto ao tráfico sugerido pelos primeiros, felizmente não temos tantos drogados assim. Já o futebol, é uma pena, mas está faltando clássicos para os altos decibéis dos fogos. O nosso futebol está mais para angariar votos do que levar espetáculos. O que quer dizer que teremos futebol para as eleições, quando deveríamos ter futebol para o futebol. Aliás, esta política dada ao esporte já se arrasta por mais de uma década.

Se a atual Administração então está acordando, os fogos são os bocejos dos seu espreguiçar. Mas ela ainda tem que se levantar, buscar as ruas, os riopretanos e todos os problemas que a cidade sofreu enquanto ela era silêncio Administrativo. Haverá tempo? O que vai anunciar o próximo foguetório?

O primeiro foguetório foi pela compra do prédio da Credirio. Um feito desta Administração. Os demais estão inaugurando obras patrocinadas pelo governo Federal, mas tudo bem...

Este vale tudo justifica-se pela insatisfação popular diante da falta de obras. Criou-se na cidade uma especulação prematura sobre as eleições do ano que vem. Todos são candidatos ou querem ser vice do candidatíssimo Agostinho. Então há uma necessidade de dizer, por trás destes fogos, que esta Administração está viva e atuante, mas não à deriva.

O que também pode justificar este debate político sobre as ainda distantes eleições de outubro do ano que vem é o fato de o riopretano ter vencido a barreira de só falar e se envolver com a política em vésperas de eleições. E se somos mais politizados hoje é porque estamos criando o saudável hábito de pensar e questionar os nossos representantes. Para isso, temos o Grito, por exemplo.

Seja qual for o motivo, de agora em diante é bom habituar os ouvidos aos gritos a base de pólvora e espoleta da prefeitura.

Porém, a melhor forma de quebrar o silêncio não são os foguetes, mas sim as palavras. Por isso, a prefeitura deve o quanto antes ressuscitar o seu informe municipal, desta vez de forma legalizada, para que a população tenha informações sobre o que a prefeitura está inaugurando e outros assuntos de interesse popular.

Nós do Argumento estamos ansiosos para noticiar as causas dos próximos fogos. Desejamos noticiar que o foguetório da vez seja para dizer que a Santa Casa está recebendo repasses satisfatórios da prefeitura, que os seus servidores não estão mais com salários atrasados e que há médicos nos plantões. E neste acordar para a nossa saúde pública, vamos noticiar que o foguetório da vez é para dizer também que as filas para consultas e exames estão cada vez menores e quem sabe não as teremos mais.

Mas, se o barulho não for para a saúde pública, que a prefeitura acorde para a nossa educação, nossos bairros, nosso meio ambiente, para o emprego, para as casas populares, entre muitas outras obras e melhorias que foram traçadas no livro de plano de governo que ela sonhou, escreveu, venceu, fechou, dormiu e agora acordou.

RIO PRETO TE PERGUNTA

Leitor, participe do Argumento. Pense a nossa cidade, fale da nossa saúde, educação, meio ambiente, enfim, seja mais que um leitor, seja um cidadão ativo. Propomos alguns temas. Mas, o leitor está livre para falar sobre outros temas que achar relevante.

1) Santa Casa.Qual o papel da prefeitura diante da Santa Casa?

2) Segurança. Quais os porquês de tanta violência e corrupção na nossa cidade?

3) Meio ambiente. Qual é a solução para o lixo diário que produzimos?

4) Você votaria no Edmar ou no Agostinho para prefeito? Por quê?

JORNAL O GRITO COMENTA EDITORIAL DA EDIÇÃO PASSADA DO ARGUMENTO

Muito bom o editorial do jornal Argumento em sua última edição março/abril. A foto do uso indevido da retro da prefeitura para serviço particular, ainda mais em se tratando de que o beneficiário é um vereador, é uma constatação lamentável de que o uso do cachimbo faz mesmo a boca ficar torta. Isso se falar que é uma atitude de uma cara de pau sem precedentes, que só mesmo com muito óleo de peroba é capaz de lustrá-la a ponto de continuar a sorrir e dar de ombros como se nada tivesse acontecido. Se denunciar irregularidades vergonhosas como essa é tida como “perseguição”, que vocês do Argumento continuem “perseguindo” a todos esses “maus políticos”. O péssimo exemplo demonstra como esses aprendizes e infantes de política só sabem olhar para os seus próprios umbigos. Parabéns, Argumento!

NOTÍCIAS DE RIO PRETO

SANTA CASA SOFRE DO ÓBVIO

Até quando a Santa Casa vai resistir? Resistir à falta de vontade política dos nossos administradores, em primeiro lugar. O que falta para a Santa Casa é um provedor que não faça o discurso do prefeito, mas a defesa daquele hospital. E a defesa da Santa Casa é por repasses da prefeitura.
           
O que não dá mais para aceitar é a escolha de provedores que façam o discurso da prefeitura, mas não dos serviços de saúde que a Irmandade presta. Isto é, falta à Santa Casa um provedor que diga, enquanto provedor, o quanto a prefeitura deixa a desejar em saúde pública quando abandona este que é o nosso único hospital.  Um provedor que reveja o contrato da Santa Casa com o laboratório ali existente. Um provedor que envolva a população não só em campanhas donativas, mas que mostre à população as contas, os contratos e a participação quase inexistente da prefeitura. Ou seja, um provedor para defender a Santa Casa junto à prefeitura, mas não para acobertar o descaso e a omissão da prefeitura.

Abaixo, só para ilustrar, trouxemos algumas prefeituras que estão realmente fazendo pela saúde dos seus habitantes. 
Agra dos Reis-RJ. Mês de maio. Prefeitura assume várias despesas daquela irmandade e passa a ajudar de forma decisiva a Santa Casa. Conceição do Almeida-BA. Mês de julho. Prefeitura passa a administrar sua Santa Casa. Assume uma dívida de mais de R$ 1 milhão e reinaugurou aquele hospital. Olímpia- SP. Mês de julho. O vice-prefeito Gustavo Pimenta afirmou durante entrevista concedida à imprensa, quando assumia como interventor da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, que a medida não vai prejudicar os funcionários do hospital e muito menos implicar em demissões. “Muito pelo contrário, nós precisamos deles, eles são a alma do hospital e devem ser ainda mais valorizados”, afirmou. Guapé-MG. Mês de julho. A Prefeitura de Guapé assumiu a direção da Santa Casa após o presidente do hospital, Lourival dos Santos, renunciar ao cargo. O motivo seria porque não há médicos trabalhando no local nos finais de semana. Agora, o município pretende pagar as dívidas da instituição e garantir o atendimento no único hospital da cidade, que tem 13 mil habitantes.


PALESTRA SOBRE LIXO NO FUNIL
                    por Célia Regina Ribeiro Vaz

Foi realizada no dia vinte e cinco de junho,na Escolinha do Funil,palestra sobre os temas: Decompostagem e Construçao de Biodigestores: Geração de Renda a Partir dos Resíduos Orgânico e Inorgânico.A palestra foi proferida pelo Biólogo e Professor Roberto Guião de Souza Lima Jr.,atualmente lecionando na Engenharia Ambiental da UNIFOA ,em Volta Redonda,e com vários projetos na
área de reaproveitamento de resíduos.A palestra foi organizada pela Associação dos Artesãos do Povoado do Funil - AAPF,com o apoio do IAVARP - Instituto Ambiental Vale do Rio Preto,com o intuito de conscientizar a Comunidade em relação ao lixo que produz
- e já que o lixo na Vila Funil é recolhido apenas duas vezes por mês.
       
Cerca de trinta pessoas compareceram,entre Comunidade e Entorno,e ouviram dicas preciosas sobre como tratar o lixo doméstico de forma lucrativa num enfoque moderno (e urgente!) que considera esse lixo não como algo sem valor a ser descartado,mas como matéria prima,seja para ser simplesmente vendida para reciclagem,seja para produção de adubos agrícolas,biogás,como componente de concreto armado,e tantos outros.

Falou-se também dos perigos dos lixões a céu aberto,sem tratamento adequado,contaminando solos e atmosfera.Ao final,o Professor Roberto disponibilizou apostilas com projetos detalhados para construção de biodigestores para serem copiadas por interessados;e a gente aprendeu que,é só com ciência e consciência,que podemos cobrar não só das autoradades que façam o que lhes cabe,mas também cobrar de nós mesmos a parte que nos cabe para minimizar os problemas do lixo.

Você sabia que: O estrume produzido diariamente por quatro ou cinco cabeças de gado pode fornecer gás suficiente para iluminação e cozimento para uma família de 4 a 5 pessoas?
        
Obrigada e tenham um bom dia.              

EXPOSIÇÃO VEM AÍ, PREPARE O BOLSO.

A Exposição está aí. Será que a cobrança vai continuar? Provavelmente sim. A dúvida é se teremos uma portaria alta, como vem sendo. Só pra lembrar, a nossa vizinha Santa Bárbara não cobra dos seus moradores e dos visitantes que lá vão prestigiar o aniversário da cidade. Isso mesmo, não pagam nada para assistir, por exemplo, a dupla sertaneja Gian e Giovani. Já aqui, para curtir o show da mesma dupla, tivemos uma portaria salgada.

Está certo o vereador Wellington quando fala que falta organização e, principalmente, um espaço adequado para esta nossa festa que já foi uma das maiores da região.  

O JARDIM DAS MARAVILHAS. Adriano de Oliveira Duque

A Administração comunicou:
O Jardim vai ficar mais bonito,
Ruas estão sendo recalçadas,
Já começou o tira pedra põe pedra.
Mas, no meio do caminho têm outras pedras...
No meio do caminho têm preciosas pedras:
A criança a ser educada;
A natureza, preservada;
O emprego a ser gerado.
No meio do caminho estamos nós;
No meio do caminho está você,
Que não aceita cal nem marretadas.


ALÔ, RIO PRETO!

Maria Teresinha Cruz de Oliveira. email matecruzoli@gmail.com
mensagem = Minha família pelo lado paterno é de Rio Preto. Meu pai era Fernando da Glória Coutinho Leal, sendo filho de Sebastião Olegário Leal e Julita Coutinho Leal. Tenho uma foto de meus bisavós, da família Coutinho, sei que o nome de minha bisavó era Balbina e era alemã, mas não sei mais nada sobre eles. Como poderia descobrir mais sobre minha família...Nasci em Barra do Piraí e ao ser batizada foi meu padrinho Dom Altivo Pacheco Ribeiro, então Bispo de lá e amigo da família de meu pai.. Se alguém pudesse me ajudar, ficaria muito agradecida. Grata pela atenção.

FALECIMENTO, por Alice.

Aos cinco dias do mês de julho, faleceu o Sr. Dolôr Thomé de Freitas, com noventa e um anos de idade. Ele partiu deixando no coração de seus familiares e amigos a dor de uma grande saudade. O sítio São Jorge, onde ele residia ao lado de sua família, está de luto. Ele contava muitas histórias sobre o nosso Rio Preto. Cito aqui algumas, como por exemplo: o movimento das lavadeiras nas Três Biquinhas, as bonitas palmeiras ao redor do jardim, as estradas de chão, quase sem condições dos carros de bois passar, pois estes é que traziam para os armazéns o feijão, o arroz e outros. Contava-nos também que não havia energia elétrica, tudo tinha que ser feito durante o dia. Quando anoitecia a escuridão fazia medo. O Sr. Dolôr falava com muito entusiasmo da Banda Furiosa, que animava a praça do nosso Rio Preto. Estudou no Grupo Escolar, com a saudosa professora Dona Dagmar Raymundo Magalhães, que lhe dava muitos conselhos para não fugir da escola. Ele fugia muito para acompanhar o seu pai, que era boiadeiro. Gostava muito de matemática, no cálculo mental era nota dez. Era amigo de todos, ficava feliz quando recebia visita e sempre oferecia um cafezinho, isto era sagrado. E assim ficará gravado na nossa mente boas recordações do Sr. Dolôr. Querido papai, que os anjos te acolham junto de Deus. Sua filha, Alice.
Adeus.

JORNAL O GRITO COMENTA EDITORIAL DO ARGUMENTO

Muito bom o editorial do jornal Argumento em sua última edição março/abril. A foto do uso indevido da retro da prefeitura para serviço particular, ainda mais em se tratando de que o beneficiário é um vereador, é uma constatação lamentável de que o uso do cachimbo faz mesmo a boca ficar torta. Isso se falar que é uma atitude de uma cara de pau sem precedentes, que só mesmo com muito óleo de peroba é capaz de lustrá-la a ponto de continuar a sorrir e dar de ombros como se nada tivesse acontecido. Se denunciar irregularidades vergonhosas como essa é tida como “perseguição”, que vocês do Argumento continuem “perseguindo” a todos esses “maus políticos”. O péssimo exemplo demonstra como esses aprendizes e infantes de política só sabem olhar para os seus próprios umbigos. Parabéns, Argumento!

OUTRAS NOTÍCIAS
 

Mulher mais velha do mundo, brasileira morre aos 114 anos.
Belo Horizonte (MG) - A mineira Maria Gomes Valentim - reconhecida pelo Guinness Book como a mulher mais velha do mundo - morreu na madrugada do dia 21 de junho, aos 114 anos, na cidade de Carangola, localizada a 360 quilômetros de Belo Horizonte.

NOSSA POLÍTICA/ENTREVISTA

NOSSA POLÍTICA/ENTREVISTA
           
Mais uma entrevista feita pelo Argumento. Desta vez, o convidado foi o vereador Wellington.  Abaixo, o vereador fala dos seus projetos, enfim, pensa nossa cidade.
            Agradecemos a participação do vereador.
1) Mandato. Como o Sr. avalia o seu mandato?

Resposta. Nesses dois anos e meio de mandato, apresentei vários projetos de lei, tendo como destaque os projetos 1358/2009 que estabelece normas gerais para a acessibilidade; um projeto voltado para atender todas as pessoas que tenham deficiência física; projeto de lei 07/2010 que cria o Dia do Evangélico; que foi uma forma de homenagear essa classe religiosa que vem crescendo em nossa cidade e o projeto de lei11/2010 que institui o prêmio aluno em destaque; onde a Câmara Municipal presta uma homenagem aos melhores alunos de Rio Preto, ou seja, premia o aluno que obteve a maior nota de sua série ao longo do ano. Além dos projetos venho trabalhando junto com a população, ouvindo suas reivindicações procurando sempre atender a todos com muito carinho e apreço. Em todas reuniões tenho cobrado do executivo uma saúde melhor, uma educação de qualidade, melhores estradas e sem contar em melhorias para o funcionário público municipal, onde seu estatuto possa ser realmente cumprido.

2) Carro oficial. Contra ou a favor do seu uso para fins particulares?

Resposta. Contra. Carro oficial é para uso exclusivo em serviço de cada secretaria do governo.

3) Máquinas da prefeitura. Contra ou a favor do seu uso para fins particulares?

Resposta. Sou a favor, desde que haja um critério para este tipo de serviço, sendo igualitário a todos, seguindo uma ordem de pedido ou de inscrição. Digo isso, principalmente para atender a população mais carente e também o pequeno produtor, mas desde que o proprietário arque com alguma despesa, tipo combustível e diária do operador da máquina. Falo assim pois eu acredito que quem tem boas condições financeiras dificilmente irá pedir ajuda da prefeitura. Bom, pelo menos eu acho.

4) Santa Casa. Como fiscal dos atos do Executivo, os repasses efetuados pela prefeitura são satisfatórios?

Resposta. Não. O correto seria que a prefeitura assumisse a parte de urgência e emergência que é de sua competência, ou seja, no mínimo a prefeitura teria que assumir o salário dos médicos. E, antes disso, a prefeitura deveria fortalecer o posto de saúde e PSF, pois hoje esses dois setores da saúde carecem de médicos, pois para se marcar uma simples consulta é preciso ir pra fila de madrugada, o que é um absurdo, fila de madrugada é coisa de cidade grande, e diante disso eu vejo o sofrimento das pessoas principalmente nessa época do frio, realmente é lamentável. E como é difícil tratar da saúde no posto e PSF, os pacientes procuram a Santa Casa, ou seja, a santa casa presta um grande favor à prefeitura e a mesma não lhe paga o que é devido.

5) Exposição. O que está faltando à nossa festa?

Resposta. Antes de mais nada, o que falta é uma nova área de eventos, pois o atual espaço já não comporta mais um show de grande porte e quando isso acontece o acesso ao parque de exposição vira um caos, falta estacionamento, os taxistas sem condições de trabalhar, acaba com o estado do gramado do campo e sem contar que as crianças ficam 15 dias sem aula. Enfim, os próximos governantes já terão esse desafio pela frente, encontrar um outro espaço para realizar a nossa grande festa.

6) Considerações finais.

Resposta.  Eu agradeço a este jornal o espaço que me foi dado para eu expor minhas idéias sobre Rio Preto e espero que tenha correspondido à altura. Quero dizer que mesmo fora da rádio, nas reuniões continuarei fiscalizando e cobrando do executivo melhorias para a nossa cidade. Em relação ao Rio Preto de hoje, se este atual governo vai bem ou mal só a população pra dizer isso, e vale lembrar que ano que vem teremos eleições e com respeito a todos os ex-prefeitos, eu vejo a necessidade da RENOVAÇÃO, um nome novo com idéias novas, que tenha vontade de trabalhar pelo nosso município e principalmente que esta pessoa tenha TEMPO disponível para buscar recursos junto aos órgãos estadual e federal, para que de alguma forma através dessa atitude mude a cara de Rio Preto pois, ao meu ver, muito ainda precisa ser feito para melhorar a qualidade de vida do riopretano. Torço para que esta idéia dê certo. Vamos esperar pra ver. Um forte abraço a todos.

NOSSO MEIO AMBIENTE

NOSSO MEIO AMBIENTE, pesquisa Valério M. Duque. IBAMA.
            Brasília (25/07/2011) – A operação Corcel Negro II, iniciada nessa sexta-feira, embargou a produção de quatro siderúrgicas, aplicou quase R$ 84 milhões em multas, apreendeu mais de mil toneladas de ferro-gusa, 78 caminhões, quase 5 mil metros de carvão e 22 armas e prendeu 40 pessoas.
            A ação conjunta entre Ibama, Ministério Público (de Minas Gerais e Bahia), Secretaria de Fazenda/MG (SEFAZ), Polícia Rodoviária Federal (PRF), polícias (Militar e Civil/BA), Polícia Civil/MG e Secretaria de Meio Ambiente/BA desmontou a cadeia produtiva do carvão ilegal oriundo dos biomas Caatinga e Cerrado. Os alvos foram empresas, agenciadores, transportadores e produtores de carvão sem autorização em 25 municípios da Bahia e de Minas Gerais. No total, foram cumpridos 58 mandados de busca e apreensão nos dois estados em três dias de operação.
            A extração ilegal de carvão no norte de Minas Gerais e no oeste da Bahia é sustentada pelo comércio de créditos fictícios gerados em estados da Amazônia, do Centro Oeste e do Nordeste e destinada à fabricação de parte do ferro-gusa produzido em diversos municípios. Algumas empresas do setor siderúrgico participavam ativamente desse processo, recebendo carvão retirado da natureza com documentação fraudada por empresas-fantasmas e transportado por caminhoneiros, sendo negociados por atravessadores. A prática ilegal foi investigada pelo Ibama e pelos MPs da Bahia e de Minas Gerais e atingiu a cadeia produtiva desde a origem do carvão até o mercado consumidor, a produção do ferro-gusa. (...)
            Nos estados do Nordeste, as empresas comercializavam créditos fictícios a partir de planos de manejo autorizados pelos órgãos estaduais de meio ambiente e mantinham a vegetação intacta ou a subexploravam para poder gerar novos créditos no futuro.
            As empresas-fantasmas compravam os créditos virtuais como se comprassem o carvão fisicamente mas derrubavam o cerrado e a caatinga, produziam o carvão ilegal e providenciavam o transporte da carga até as siderúrgicas. A compra e a venda de notas frias era frequente assim como pedidos de flexibilização na fiscalização e tentativa de suborno a funcionários da Secretaria de Meio Ambiente e da Polícia Militar.
            O monitoramento do sistema de controle de Documento de Origem Florestal (DOF) mostrou cerca de 8 mil viagens de caminhões transportando carvão extraídos ilegalmente da Caatinga e do Cerrado, o que representa pouco mais de meio milhão de metros de carvão, ou seja, cerca de 19 mil hectares de vegetação nativa desmatados sem autorização.
            De acordo com o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano de Menezes Evaristo, “parte do setor siderúrgico não pode mais financiar a devastação do Cerrado e da Caatinga nem o trabalho em condições degradantes nas carvoarias em prol da produção insustentável do ferro-gusa brasileiro. É preciso que as empresas produtoras de aço cobrem a responsabilidade socioambiental das guseiras, que devem plantar árvores para produção sustentável do seu próprio carvão”.
            Ibama, Ministério Público Estadual da Bahia, Ministério Público Estadual de Minas Gerais e Polícia Rodoviária Federal.

NOSSA CRÔNICA

SORTE NAS PESCARIAS, por Aloísio M. Morais – Advogado e Jornalista.


Não sei se lenda ou verdade, o fato é que o Joaquim viu o Caboclo d’Água enquanto pescava na beira do rio Preto. Eu não quero que essa história fique por minha conta, que você, leitor, ache que é da minha inteira responsabilidade o que passo a contar. Não, quem dá a certidão do ocorrido é o Joaquim, riopretano e meu grande amigo.

- “Nasci, cresci e me criei sentindo nos pés o frio das águas do rio” – disse Joaquim ao falar do nosso santuário ecológico, o rio Preto. – “Aprendi, desde menino (hoje Joaquim já passou dos 70), que o rio é, ao mesmo tempo, vida e morte. Nas suas águas se escondem os lambaris, piaus, bagres e dourados. Agora..., tem outros, ainda ...”.

- Que outros? – indaguei.

- O Caboclo d’Água – disse, olho no olho e sério, sem piscar, prá não ser enganado por um possível e desconfiado riso meu, que não aconteceu.

E então Joaquim passou a definir como é o tal: - “É um baita dum negão, forte e esperto que nem cobra. Escorrega n’água sem fazer borbulha. O que eu vi na semana passada, enquanto pescava na Bôca-da-barra, tava cuspindo água pelas ventas de tão brabo com o lixo que descia por cima do rio”.

Segundo o meu amigo, o Caboclo d’Água defende o rio Preto assombrando os maus pescadores ou garimpeiros. Ele diz que no tempo que o garimpo estava ativo, nos idos de 90 e poucos, “eu vi o negão afundar embarcação dos ladrões de ouro do rio”- garante. Um dos mitos que corre à boca miúda, entre os pescadores, é que uma das maneiras de acalmar a ira do Caboclo d’Água é jogando fumo de rolo no rio.

Leitor, continuo a duvidar se o que escrevo é mesmo uma lenda. Sem me importar com isso, sei que faz essa história parte do nosso folclore. Sobre outras falácias, virtuais que sejam, como a do lerdo Jabuti, que habita temporariamente um oiti na Rua Larga, também não posso garantir nada sobre a sua existência. Uma boa história para contar, a ponto de fazê-lo, leitor ou leitora, ficar um pouco atento a estas linhas, é o que está me importar agora.

Mas, não percamos de vista da imaginação o nosso Caboclo d’Água. Afirma o Joaquim que quando o bicho não gosta de um pescador “ele afugenta os peixes para longe deles”. E diz ele que tem “Cabocla d’Água, fêmea, que até põe peixe em anzol de pescador quando se vê apaixonada por ele”. É por isso que às vezes, de cima da ponte, algum pescador diz que pegou o maior piau da região (“ele não sabe de nada...”- diz Quincas, rindo).

E tem mais, acrescenta o meu interlocutor pescador: -”o negão não vive só dentro da água. Ele também gosta de ficar deitado de barriga prá cima, em terra, às margens do rio em dia de muito sol”. Segundo Joaquim, “os pés dele são parecidos com pés de pato, e, debaixo dos dois braços tem nadadeiras”.

Para terminar sua história o meu amigo revela que é muito comum ele se encontrar com o Caboclo d’Água quando vai pescar na beira do rio Preto. – “Posso dizer que sou um homem de sorte, pois sempre trago para casa bons peixes. O segredo é que eu trato muito bem o bicho. Sei que ele gosta de uma boa cachaça. Por isso, levo sempre prá beira do rio uma boazinha prá ele. Depois é só esperar que no anzol vem peixe” .

O Quincas pode enganar a outro, mas não a mim. Pelo que fiquei sabendo, também à boca miúda, através de um outro pescador, é que o Joaquim está de caso com uma Cabocla d’Água. Por isso é que tem tido sorte nas pescarias pegando piaus.

NOSSA CRÔNICA

Nota de pesar. Dolôr T. de Freitas. Morador do bairro Divino e cronista do Argumento. Adeus, Dolôr!


CAMISINHA, por Dolôr T. de Freitas.
Os tempos mudaram! Vejam só. Eu estava com uns dezessete anos e fui apresentado, sem saber sequer o nome, a ela. Trabalhava num restaurante, lá em Vassouras. Coisa grande. Ficava no bar como copeiro. Às vezes, servia as mesas, conhecia os tais dos barões e fazendeiros. Nessas ocasiões, ganhava gorjeta. Melhor ainda era quando eu ia servir no cassino, ele era lá no fundo do bar. Lá a gorjeta era melhor ainda. Umas madames pagavam bem e jogavam muito. Vinha gente até do Rio de Janeiro para tentar a sorte, beber e rir. Bem, agora que já falei onde eu estava, agora é falar do que mudou. Pois, até agora não mudou nada, os restaurantes estão em cada esquina, os garçons também e os jogos mais ainda. O que mudou foi, pois bem, com a juventude. Eu tinha dezessete anos naquela época e, hoje, um garoto de doze anos já sabe do que eu estou falando, e sabe muito bem se bobear. Esta revelação aconteceu quando o filho do dono do restaurante me chamou lá fora. Pediu para que eu fosse a farmácia comprar camisinha. E disse que era pra não espalhar. Saí sem entender o motivo do segredo e porque comprar camisinha lá na farmácia. Chegando lá, pedi. O vendedor veio e trouxe um pacotinho. Perguntei se ele tinha entendido bem o recado. Ele riu, disse que sim e me deu aquela aula. Achei que era brincadeira, mas fui acreditando no final. Aprendi que havia outra camisinha sem ser para bebês, existia uma outra que era para não tê-los.

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