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7/06/2009

FRESTAS ECOLÓGICAS

Adriano de O. Duque.
As frestas da casa são ecológicas. Mas, não exercem só o papel de levar e trazer pequenas criaturas. Funcionam, outrossim, como morada e berçário de lagartixas, aranhas, marimbondos, entre outros. Já vi até um rato passeando por entre os seus caibros. Para combatê-lo, estou empregando, com eficiência, um controle natural milenar, ou seja, um gato. Ou melhor, uma gatinha ágil, brincalhona e carinhosa. Outro dia, num entardecer, acompanhei uma de suas caçadas. Postou – se, por alguns minutos, perto da matinha que rodeia a parte lateral da casa. Estava em posição de alerta, agachada e com o rabo agitado. Apanhei o óculos e fiquei a observá-la. Vi quando ela partiu e pulou sobre algo. Era um rato que descia da mata. Seu pulo foi certeiro. Após, ela foi chegando pra perto. Estava satisfeita e, antes de devorar sua presa, brincou bastante, rolando na terra batida do quintal.
Criei um diminutivo para os chamados "Corredores Ecológicos" e uma resposta mais que politicamente correta para não fechá-los com serragem e cola. E, por estas "frestas ecológicas", passou também, devo contar, uma lesma. Despontou devagarzinho, como um sol, brilhando o chão. E, assim, desceu a parede, atravessou a cozinha e foi em direção à sala. Para onde, não sei. Também não sei o final desta crônica dividida entre uma casa, gata e frestas sustentáveis. O melhor seria jogá-lo no lombo da lesma e terminar numa reticências, feito o seu rastro. Mas, ela sumiu, já deve ir lá pelo Japão com o seu brilho. Resta-me ficar esperando o final. Fazer dele o rato que desce, pegá-lo numa canetada só. E sinto que ele está chegando. A cozinha está quieta. A gatinha dorme no fogão à lenha, aproveita o calorzinho das últimas brasas. Mas, ele não vem. O melhor, então, é ir dormir para, quem sabe, sonhá-lo.

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